sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Salve-se, salve-me.

- Acordar com um telefonema animado, me apressar – teoricamente.
Cigarros, mais uma xícara do pior café forte. Roupas, música no máximo, espelho, mais roupas e mais cigarros. Ônibus, olhares. Sorrisos, abraços. Pressa para a primeira cerveja. Mais algumas, mais várias. Nunca está bom o bastante. Risadas, muitas pessoas ao redor. Olhares, cigarros. Cigarros, o primeiro drink. Música, tequila, um trago. Mais um drink. Fila, olhares, risadas, pessoas, sorrisos, abraços. Babação de ovo, blá, blá, blá. Bebidas, cigarros, mais um trago, a música alta marcada em meu peito. Música boa, amigos (amigos?), diversão. -

Diversão? Será essa diversão real?
Nada disso me atrai nada disso me preenche.
E novamente me encontro perdido na minha própria realidade, talvez não tão real.
Estou sorrindo, mas não estou feliz.
Sou simpático, mas não gosto de você.
Estou ao seu lado, mas não estou ali.
Estou aqui, mas não estou.
Lamento por estar constantemente acordado, apesar de morto.
Sou apenas mais uma vítima de mim.
Morto e aprisionado por mim.
Livre-me de mim. Salve-me de mim.

Alexei Twigger.

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